Octacílio João Aver, filho de Antonio Aver e Angelina Ramoni Aver, nasceu no dia 17 de abril de 1917, na cidade de Antônio Prado, interior do Rio Grande do Sul.
Era um homem de cor branca, cabelos castanhos claros, media 1,77 de altura e sempre teve a tanoaria como profissão.
Em 1940, com 23 anos, casou-se com Antonieta Sabedotti nascida em 02 de novembro de 1921, natural de Caxias do Sul e filha de Manoel Sabedotti e Angelina Rech. Com a união, ela passou a se chamar Antonieta Sabedotti Aver. Tiveram 03 filhos: Itagiba Aver, Belvan Aver e Rosali Aver.
Iniciou seus trabalhos como tanoeiro na empresa do Sr. José R. Vinhos onde trabalhou de 04 de novembro de 1937 até 31 de maio de 1939. Em 1ª de junho de 1939, passou a exercer os trabalhos de tanoeiro na empresa Vinícola Rio Grandense onde lá trabalhou até o dia 06 de março de 1969.
Foram anos de muito trabalho e pouco reconhecimento pois ele recebia por trabalho realizado e não salário mensal.
Somente em 1950 é que passou a ter carteira assinada e a receber um salário. Somente em 21 de fevereiro de 1967, depois de muitas orientações que teve de filhos e amigos, assinou ma declaração de opção pelo Fundo de Garantia de Tempo de Serviço, pois para ele, assinar um documento assim seria perigoso para perder seu emprego.
Registros mostram que em 1950 ele recebia 2.156,60 e contribuía com 100,00.
Um pouco antes da época da uva,sempre era um dos funcionários selecionados para reparar pipas que não estavam adequadas para a próxima safra pois seu trabalho sempre foi realizado com muita dedicação e capricho.
Quando tinha em torno de 34 anos, Octacílio teve um sério problema de saúde, um derrame, onde teve que ser internado com urgência e levado a Porto Alegre. Os médicos tinham dado pouco tempo de vida para ele. O tratamento foi muito caro e na época meus bisavós não tinham condições financeiras para pagar os custos da cirurgia e o tratamento. As dificuldades foram tão grandes que minha bisavó passou um ano inteiro indo a Porto Alegre para pagar as prestações da cirurgia. O dinheiro para isso era oriundo de custuras que fazia para terceiros.
Com poucas esperanças de sobrevivência, sua esposa Antonieta, começa a se dedicar ainda mais em seus afazeres de costureira para ajudar nas despesas da casa, porém, depois de um certo tempo Octacilio retorna as suas atividades, com muita fé e coragem.
Além de trabalhar fora mantinha uma pequena oficina no porão de sua casa, localizada ainda hoje na rua Visconde de Pelotas 1323. No porão ele fabricava pequenos barris para vinho que na época eram chamados de COROTES - expressão vinda de Portugal para esse tipo de utensílio para a guarda do vinho até 20 litros. Os corotes eram vendidos para cantinas de vinho.
Ali muitos trabalhos foram realizados ao longo de uma grande etapa de sua vida (essa desenganada pelos médicos).
Ali muitos trabalhos foram realizados ao longo de uma grande etapa de sua vida (essa desenganada pelos médicos).
Criou seus filhos, casou os mesmos, teve seus netos, bisneta, pois os demais bisnetos que vieram não puderam ter a honra de conviver com essa grande pessoa pois, foi no dia 03 de maio de 1998 que uma séria doença – tumor no pâncreas – o levou de nosso convívio.
Muitos ensinamentos ele nos deixou como, por exemplo, a luta pela vida.
A sua casa ainda existe, mas os utensílios que ele usava na sua profissão foram doados para o Museu Municipal de Caxias do Sul para que façam parte da história da nossa cidade.
Muito legal Ana, a profissão de tanoaria foi muito importante para o crescimento de Caxias, ainda que pouco falada! Que bom que ainda existe a casa, quem sabe uma foto dela?
ReplyDelete